Pallade Veneta - STF mantém Bolsonaro preso após 'tentativa de fuga'

STF mantém Bolsonaro preso após 'tentativa de fuga'


STF mantém Bolsonaro preso após 'tentativa de fuga'
STF mantém Bolsonaro preso após 'tentativa de fuga' / foto: Evaristo Sa - AFP

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta segunda-feira (24) manter preso o ex-presidente Jair Bolsonaro, transferido para a prisão no sábado após danificar a tornozeleira eletrônica que monitorava sua prisão domiciliar.

Alterar tamanho do texto:

A sessão virtual extraordinária acabou às 20h com os votos favoráveis dos quatro ministros da Primeira Turma do Supremo para que o presidente siga preso preventivamente.

Em setembro, Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por uma tentativa de golpe de Estado contra Luiz Inácio Lula da Silva, após perder as eleições presidenciais de 2022.

O político de extrema direita, de 70 anos, cumpria prisão domiciliar preventiva desde agosto em sua casa em Brasília, à espera de esgotar os recursos contra a sentença apresentados por sua defesa.

Os advogados do ex-presidente apresentaram um primeiro recurso no fim de outubro, e ainda cabe mais uma apelação contra a condenação.

Bolsonaro "violou dolosa e conscientemente o equipamento de monitoramento eletrônico", argumentou nesta segunda-feira o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, que ordenou a transferência do ex-presidente para a prisão, segundo um documento divulgado durante a sessão virtual extraordinária.

O ministro relator reiterou nesta segunda-feira que sua decisão respondeu aos "gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga", segundo ele, programada para a tarde de sábado durante uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (RJ-PL), filho do ex-presidente, em frente à sua residência.

Moraes lembrou ainda que a embaixada dos Estados Unidos fica perto do bairro e que Bolsonaro é aliado político do presidente Donald Trump.

Na madrugada de sábado, o sistema de vigilância penitenciária detectou danos na tornozeleira.

Um vídeo da inspeção mostra Bolsonaro admitindo a uma funcionária que usou "um ferro de solda" para tentar abrir o aparelho por "curiosidade".

Durante uma audiência de custódia realizada no domingo, Bolsonaro alegou que sofreu um momento de "paranoia" devido a medicamentos e que teve "alucinações" de que havia dispositivos de escuta na tornozeleira.

Seus advogados solicitaram que ele retornasse à prisão domiciliar por seu "quadro de confusão mental", com o argumento de que o ex-presidente sofria efeitos colaterais de remédios que toma para aliviar crises de soluço derivadas das sequelas da facada que recebeu em 2018.

O.Mucciarone--PV