Pallade Veneta - Venezuela denuncia 'venda forçada' da petrolífera Citgo nos EUA

Venezuela denuncia 'venda forçada' da petrolífera Citgo nos EUA


Venezuela denuncia 'venda forçada' da petrolífera Citgo nos EUA
Venezuela denuncia 'venda forçada' da petrolífera Citgo nos EUA / foto: Gregory Shamus - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

A Venezuela denunciou nesta terça-feira (2) que um tribunal dos Estados Unidos autorizou a venda de sua petrolífera nesse país, a Citgo, em um processo de leilão em benefício de seus credores que ainda necessita de autorização do governo americano.

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A filial da estatal venezuelana PDVSA estava sob o controle de uma diretoria nomeada pela oposição no país sul-americano, depois que Washington entregou a ela o comando da empresa em 2019, após não reconhecer a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

A Citgo enfrenta inadimplências que superam os 20 bilhões de dólares (R$ 107 bilhões, na cotação atual), produto de expropriações do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013) e dívida emitida durante o governo de seu sucessor Maduro.

O juiz de Delaware Leonard Stark autorizou a venda da companhia em leilão em várias oportunidades. A última ocorreu no sábado, para uma subsidiária da Elliott Investment Management.

Essas vendas, no entanto, não puderam ser concretizadas devido à licença de proteção do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos Estados Unidos (Ofac, na sigla em inglês) que vence em 20 de dezembro, após diversas renovações desde 2019.

A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, leu nesta terça-feira um comunicado no qual "rejeita energicamente a decisão adotada no procedimento judicial de 'venda forçada' da empresa Citgo".

"A Venezuela não reconhece nem reconhecerá a venda da Citgo", acrescentou Rodríguez, que responsabilizou a oposição liderada pela Nobel da Paz, María Corina Machado, pela venda da empresa.

Horacio Medina, presidente diretoria nomeada pela oposição que controla a Citgo, disse à AFP que vai contestar a decisão. "Vamos recorrer com tudo", indicou.

O valor da Citgo é estimado em cerca de 10 bilhões de dólares (R$ 53,5 bilhões, na cotação atual), segundo Medina.

Por sua vez, o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, recomendou ao Executivo retirar as nacionalidades de seis dirigentes opositores pelo "roubo" da Citgo.

Essa denúncia coincide com a reunião do presidente americano Donald Trump com seu Conselho de Segurança Nacional para tratar do tema da Venezuela, em meio à mobilização militar americana no Caribe para o que Washington afirma ser uma operação contra o narcotráfico.

Maduro, no entanto, diz que o objetivo dessas manobras é derrubar o seu governo.

A.Tucciarone--PV