Pallade Veneta - França investigará plataformas de comércio após escândalo de bonecas sexuais

França investigará plataformas de comércio após escândalo de bonecas sexuais


França investigará plataformas de comércio após escândalo de bonecas sexuais
França investigará plataformas de comércio após escândalo de bonecas sexuais / foto: JULIEN DE ROSA - AFP/Arquivos

A França vai investigar quatro gigantes do comércio eletrônico por terem colocado à venda bonecas sexuais, algumas com aparência infantil, um caso que escandalizou o país.

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O objetivo é detectar a "divulgação de mensagens violentas, pornográficas ou contrárias à dignidade acessíveis a menores" nas plataformas Shein, AliExpress, Temu e Wish, informou à AFP na segunda-feira (3) o Ministério Público de Paris, que encarregou a investigação ao Gabinete de Proteção de Menores (Ofmin).

No caso da Shein e do AliExpress, duas plataformas asiáticas que colocaram à venda bonecas sexuais com aparência infantil, as investigações também buscarão saber se houve "divulgação de imagens ou representações de menores de natureza pornográfica".

O MP foi alertado pela Direção-Geral da Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controle de Fraudes da França (DGCCRF) que detectou "a acessibilidade de menores a conteúdos sexuais, assim como a venda de objetos sexuais com aparência infantil e, portanto, de caráter pedopornográfico".

A Temu afirmou que, em seu caso, a notificação da DGCCRF "não tem nada a ver com a venda de bonecas sexuais com aparência de crianças".

A Shein declarou, por sua vez, na segunda-feira a eliminação de todos os anúncios e materiais associados às bonecas sexuais e a desindexação temporária de sua categoria "produtos para adultos".

O AliExpress garantiu que "os anúncios afetados [pela notificação] foram retirados".

"Colaboraremos 100% com a Justiça", afirmou nesta terça-feira (4) o porta-voz da Shein na França, Quentin Ruffat, em declarações à rede RMC, garantindo que a empresa está disposta a fornecer os nomes dos compradores das bonecas.

- Ameaça de proibição -

Vários políticos se pronunciaram sobre o caso e o ministro da Economia, Roland Lescure, disse que "se estes comportamentos se repetirem", solicitará a proibição do acesso da Shein ao mercado francês.

Os responsáveis por esta plataforma terão até duas semanas para comparecer à Assembleia Nacional perante uma comissão de controle de produtos importados.

"Já chega, não são objetos como os outros", disse a responsável pela proteção infantil do governo, Sarah El-Haïry, em referência às bonecas com aparência de crianças.

"São objetos pedocriminosos com os quais, infelizmente, os predadores treinam, às vezes antes de cometer abusos contra crianças", declarou à rede BFM.

Arnaud Gallais, fundador da organização de proteção à infância Mouv'Enfant, recordou que um médico recentemente condenado a 20 anos de prisão por estupro e agressão sexual a menores tinha em sua casa "uma coleção de bonecas sexuais com aparência infantil".

A Shein conquistou o mercado mundial sobretudo graças às suas roupas a preços baixos. Está presente na França desde 2015 e na quarta-feira abrirá sua primeira loja física permanente em Paris, na BHV, uma histórica loja de departamentos.

O proprietário da BHV, Frédéric Merlin, que classificou como "indecente" e "inaceitável" a venda das bonecas, defendeu na segunda-feira sua colaboração com a plataforma e explicou que na loja física só serão vendidos artigos projetados e produzidos para sua marca.

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G.Riotto--PV