Pallade Veneta - Economia do Brasil avança no terceiro trimestre impulsionada pelo agro

Economia do Brasil avança no terceiro trimestre impulsionada pelo agro


Economia do Brasil avança no terceiro trimestre impulsionada pelo agro
Economia do Brasil avança no terceiro trimestre impulsionada pelo agro / foto: Evaristo Sa - AFP

A economia do Brasil cresceu 1,8% no terceiro trimestre de 2025 na comparação com o mesmo período do ano passado, impulsionada pelo setor agropecuário, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (4) que apresentam, entretanto, uma desaceleração.

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O resultado mostra que a economia do país continuou perdendo impulso, com um crescimento de apenas 0,1% na comparação com o trimestre anterior, em um contexto de taxas de juros elevadas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava um avanço em torno de 0,2%, de acordo com estimativas de instituições financeiras consultadas pelo jornal Valor Econômico. O PIB totalizou R$ 3,2 trilhões.

Na comparação anual, o setor agropecuário liderou a expansão com um salto de 10,1%, enquanto a indústria mostrou um crescimento de 1,7% e os serviços, 1,3%.

A desaceleração da economia ocorre no momento em que o Banco Central do Brasil (BCB) mantém uma das taxas de juros mais elevadas do mundo em um esforço de conter a inflação.

A taxa Selic está em 15% desde junho, um patamar elevado que encarece o crédito e desestimula o consumo e o investimento, o que freia o crescimento econômico.

Além disso, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou as tarifas dos Estados Unidos de até 50% sobre vários produtos brasileiros, que entraram em vigor em 6 de agosto.

Desde então, Washington anunciou exclusões para alguns setores, incluindo a carne bovina e o café, dos quais o Brasil é o maior produtor e exportador mundial.

- Inflação em retrocesso -

A inflação registrou em outubro o seu menor resultado para este mês em quase 30 anos e moderou-se para 4,68% nos últimos 12 meses, mas próximo da meta oficial.

O ritmo de aumento dos preços é o indicador que os brasileiros sentem mais diretamente.

No início do ano, a inflação dos alimentos influenciou a queda de popularidade de Lula, que afirmou seu desejo de buscar um quarto mandato nas eleições de outubro de 2026.

O desemprego continua caindo e atingiu o menor nível desde 2012 no trimestre entre agosto e outubro, apesar das tarifas americanas.

A economia brasileira cresceu 3,4% no ano passado, apesar das fortes inundações e secas que castigaram o país ao longo do ano.

O mercado espera um crescimento de 2,16% em 2025, segundo especialistas e instituições financeiras consultados pelo boletim Focus do BCB.

Mas para 2026 estimam que desacelerará para 1,78%.

E.Magrini--PV