Pallade Veneta - Protesto contra reforma trabalhista reúne milhares de pessoas na Argentina

Protesto contra reforma trabalhista reúne milhares de pessoas na Argentina


Protesto contra reforma trabalhista reúne milhares de pessoas na Argentina
Protesto contra reforma trabalhista reúne milhares de pessoas na Argentina / foto: Juan Mabromata - AFP

Milhares de pessoas repudiaram, nesta quinta-feira (18), a reforma trabalhista promovida na Argentina pelo presidente Javier Milei, com uma manifestação em Buenos Aires convocada pela principal central sindical, o primeiro protesto contra a iniciativa.

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O projeto, que o Senado começou a discutir na véspera, limita o direito à greve, reduz indenizações e permite uma jornada de trabalho de 12 horas, entre outros pontos considerados inaceitáveis pela Confederação Geral do Trabalho (CGT).

Embora a iniciativa ressalte que as mudanças serão feitas por acordo mútuo, os sindicatos interpretam que a disparidade de força vai prejudicar os trabalhadores.

"A reforma significa colocar um companheiro contra o outro", criticou o operário químico e representante sindical Julio Barroso, de 51 anos, na emblemática Praça de Maio. O projeto busca fazer com que "os trabalhadores percam força coletiva para se defender, e fomentar o 'Salve-se quem puder'", disse à AFP, em meio a cartazes nos quais se lia: "Sem pão e trabalho não há paz"

O governo afirma que a legislação atual "paralisa" as contratações, e argumenta que as mudanças vão dinamizar o mercado, que tem quase 40% da sua força de trabalho no setor informal, em meio a uma economia com sinais de recessão. Também considera a lei trabalhista obsoleta, e que ela é o principal obstáculo à criação de empregos formais, e propõe a flexibilização dos contratos de trabalho e a redução dos encargos patronais.

O secretário do Trabalho, Julio Cordero, disse ontem a uma comissão do Senado que a lei atual "paralisa contratações" porque "há o temor de entrar em um mundo que se mostra conflituoso".

Para Pablo Ríos, de 44 anos, funcionário de um hospital, "essa lei, pensada para o empresário ou dono da empresa, não vai funcionar".

À manifestação convocada pela CGT somaram-se medidas de força de sindicatos que realizaram greve, como os controladores aéreos, com paralisações rotativas.

A Confederação denunciou em redes sociais que controles policiais impediam a entrada de caravanas de ônibus com manifestantes, a fim de reduzir a participação no protesto.

L.Bufalini--PV