Pallade Veneta - Otan promete convidar Ucrânia quando 'condições forem cumpridas'

Otan promete convidar Ucrânia quando 'condições forem cumpridas'


Otan promete convidar Ucrânia quando 'condições forem cumpridas'
Otan promete convidar Ucrânia quando 'condições forem cumpridas' / foto: Petras Malukas - AFP

Os países da Otan decidiram, nesta terça-feira (11), que convidarão a Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa, a ingressar na aliança “quando as condições forem cumpridas”, apesar da pressão do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, por um caminho mais claro para a adesão.

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“Apresentaremos um convite para que a Ucrânia se junte à Otan quando os aliados estiverem de acordo e as condições forem cumpridas”, disse o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.

O anúncio foi realizado ao fim do primeiro dia de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Vilnius, a capital da Lituânia.

Ao ser consultado sobre quais seriam essas condições, Stoltenberg mencionou a modernização das instituições de defesa e segurança da Ucrânia, o combate à corrupção e a interoperabilidade logística com o resto da aliança.

Também citou a guerra em curso no país como um empecilho. “Acredito que os aliados estão de acordo que enquanto a guerra continuar, não é o momento para fazer da Ucrânia um membro de pleno direito da aliança”, afirmou.

Como gesto de boa vontade, porém, os países da Otan concordaram em remover a exigência do Plano de Ação para a Adesão (MAP, na sigla em inglês) para o acesso ucraniano.

O MAP inclui assistência técnica e política da aliança e suporte prático específico em áreas como defesa, economia, segurança e regulamentação legal.

“Isso muda o caminho da filiação da Ucrânia à Otan de um processo de duas etapas para um processo de apenas uma (...). É um pacote sólido e um caminho claro para a Ucrânia”, declarou Stoltenberg.

Zelensky voltou a defender sua causa em um ato público em Vilnius, onde nesta quarta-feira participará como convidado da cúpula.

“A Otan dará segurança à Ucrânia, a Ucrânia fortalecerá a Otan”, declarou junto ao presidente lituano, Gitanas Nauseda, antes de içar uma bandeira ucraniana levada de Bakhmut, principal palco de batalha por meses entre as forças russas e ucranianas.

Antes de viajar a Vilnius, Zelensky criticou amargamente a “incerteza” e a “fraqueza” da Otan na definição do caminho da Ucrânia para a adesão e sugeriu que sua atitude estimula o “terror” russo.

A Rússia indicou que está acompanhando de perto a cúpula de Vilna, na qual vê "um forte caráter antirrusso".

Quando o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a intervenção militar na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, ele exigiu, entre outros pontos, que a ex-república soviética tivesse um "status neutro" e garantias de que nunca ingressaria na Otan.

- Mais armas para a Ucrânia -

Também como expressão de apoio, vários países da Otan anunciaram mais entregas de armas à Ucrânia.

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que enviará mísseis Scalp de longo alcance (250 km). E o Ministério de Defesa da Alemanha indicou o envio de nova ajuda militar no valor de 700 milhões de euros (R$ 3,75 bilhões, na cotação atual).

Zelensky tem prevista para quarta-feira uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

O ministro ucraniano da Defesa, Oleksiy Reznikov, anunciou pelo Twitter que 11 países se somaram à assinatura de um memorando para iniciar em agosto o treinamento de pilotos ucranianos para operar aviões F-16.

Os países do leste europeu, que assim como a Ucrânia foram repúblicas soviéticas ou pertenceram ao bloco comunista, pressionam para que a Ucrânia receba um compromisso explícito sobre os prazos da adesão, mas os ‘pesos pesados’ da Otan estão relutantes em ir além da promessa de que o país será membro da aliança um dia.

Biden disse na sexta-feira que o ingresso da Ucrânia não deverá acontecer agora, por falta de consenso na Aliança Atlântica e pelos riscos de filiar um país em plena guerra.

“Não acredito que haja unanimidade na Otan com relação a incorporar a Ucrânia à família da Otan agora”, afirmou o presidente americano à CNN.

E.M.Filippelli--PV