Pallade Veneta - Corte Constitucional da Geórgia autoriza processo de destituição contra presidente

Corte Constitucional da Geórgia autoriza processo de destituição contra presidente


Corte Constitucional da Geórgia autoriza processo de destituição contra presidente
Corte Constitucional da Geórgia autoriza processo de destituição contra presidente / foto: Vano Shlamov - AFP/Arquivos

A Corte Constitucional da Geórgia, uma ex-república soviética, autorizou, nesta segunda-feira (16), a abertura de um processo de destituição contra a presidente pró-Ocidente Salome Zurabishvili, depois de considerá-la culpada de violar a Constituição.

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"Em 31 de agosto e entre 1º e 6 de setembro de 2023, a presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, exerceu um poder de representação na política externa sem a aprovação do governo durante visitas de trabalho ao exterior, o que viola a Constituição", afirmou o presidente do tribunal, Merab Turava.

Para que a chefe de Estado seja destituída é necessário que o Parlamento do pequeno país de quase 4 milhões de habitantes aprove a medida por maioria de dois terços, ou seja, 100 deputados dos 150.

Os deputados se reunirão e votarão ao longo da semana, afirmou o presidente do Parlamento, Chalva Papouachvili.

O partido Sonho Georgiano, atualmente no poder, tem 90 deputados e precisa convencer os parlamentares da oposição, o que tem poucas possibilidades de acontecer, segundo analistas.

Zurabishvili denunciou uma decisão "vergonhosa", que "prejudica o país".

A presidente considerou que o processo de destituição busca "matar o futuro europeu da Geórgia e a democracia".

"Um país no qual não há nenhum equilíbrio entre os diferentes braços do poder não pode se chamar democracia", disse na televisão.

O partido governista iniciou o processo de destituição de Zurabishvili, muito crítica do Executivo e pró-Europa, no início de setembro.

Esta é a primeira vez que um partido no poder inicia um processo do tipo no país, que mantém relações complexas com a Rússia.

A Geórgia orientou sua política para a União Europeia e a Otan em 2004, o que esfriou as relações com Moscou.

Os vínculos com Moscou sofreram outro golpe em 2008, durante a intervenção militar russa no país e o reconhecimento da Rússia de duas regiões separatistas georgianas.

No ano passado, o governo do primeiro-ministro Irakli Garibachvili iniciou uma nova aproximação da Rússia, o que provocou uma onda de preocupação em parte da sociedade.

H.Lagomarsino--PV