Pallade Veneta - ONU relata propagação da violência de gangues no Haiti

ONU relata propagação da violência de gangues no Haiti


ONU relata propagação da violência de gangues no Haiti
ONU relata propagação da violência de gangues no Haiti / foto: Richard PIERRIN - AFP

A violência de grupos criminosos que afeta Porto Príncipe está se espalhando para fora da capital do Haiti e atingindo áreas rurais que antes eram consideradas seguras, afirma um relatório da ONU divulgado nesta terça-feira (28).

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O relatório conjunto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) e da Missão Integrada da ONU no Haiti foca na região de Bas-Artibonite (centro), a cerca de 100 quilômetros da capital, que tem vivido um aumento significativo da violência de gangues nos últimos dois anos.

De janeiro de 2022 a outubro de 2023, pelo menos 1.694 pessoas foram mortas, feridas ou sequestradas nessa área, de acordo com o relatório, e os sequestros para pedir resgate "se tornaram um medo constante para os usuários do transporte público".

Em um contexto de "aumento impressionante da violência das gangues", que já controlam 80% de Porto Príncipe, o relatório pede o "envio urgente" da missão de segurança multinacional liderada pelo Quênia e validada pelo Conselho de Segurança em outubro.

O relatório cita o exemplo de uma mulher de 22 anos capturada em um ônibus em março por uma gangue, espancada e violentada durante mais de duas semanas de cativeiro, e que faleceu pouco depois de ser libertada.

De acordo com a mesma fonte, os grupos criminosos saqueiam "vilarejos rivais", recorrendo especialmente à violência sexual contra mulheres e menores. Os abusos também incluem a destruição de propriedades, afirma a ONU.

"Eles roubam casas, plantações e o gado dos agricultores, e destroem canais de irrigação", contribuindo para o deslocamento de "mais de 22 mil pessoas" de suas vilas, resultando na redução da área de terra cultivada e no aumento significativo da insegurança alimentar.

"A situação é catastrófica" no Haiti, enfatizou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, citado em um comunicado de sua instituição, destacando que a violência afeta especialmente os hospitais.

Segundo Türk, pelo menos 3.960 pessoas morreram, 1.432 ficaram feridas e 2.951 foram sequestradas este ano no Haiti em ações de grupos criminosos.

Y.Destro--PV