Pallade Veneta - Parlamento turco ratifica adesão da Suécia na Otan

Parlamento turco ratifica adesão da Suécia na Otan


Parlamento turco ratifica adesão da Suécia na Otan
Parlamento turco ratifica adesão da Suécia na Otan / foto: Adem Altan - AFP/Arquivos

O Parlamento turco ratificou, nesta terça-feira (23), a adesão da Suécia na Otan, após mais de um ano de negociações que enfraqueceram o objetivo das potências ocidentais de se mostrarem unidas frente à invasão russa da Ucrânia.

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A candidatura sueca foi aprovada por 287 votos a favor e 55 contra, mas ainda precisa do apoio da Hungria para entrar na Aliança Atlântica, de 31 membros.

"Hoje demos um passo a mais rumo à plena integração na Otan", reagiu o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, na rede social X.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, comemorou a decisão dos legisladores turcos.

"Conto com a Hungria para completar sua ratificação nacional [da Suécia] assim que for possível", declarou em um comunicado.

O país nórdico apresentou sua candidatura pouco após o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, juntamente com a vizinha Finlândia, que foi admitida em abril passado.

Ao se apresentarem como candidatos, os dois países romperam com sua política de neutralidade, herdada depois da Segunda Guerra Mundial, e com seu não alinhamento militar desde o fim da Guerra Fria.

Diferentemente da Finlândia, a candidatura sueca enfrentou uma série de obstáculos interpostos pela Turquia, que acusou o país europeu de abrigar militantes de movimentos curdos considerados terroristas por Ancara.

Diante da pressão turca, a Suécia reformou sua Constituição e adotou uma nova lei antiterrorista.

Mas em dezembro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também condicionou a entrada da Suécia à aprovação "simultânea" pelo Congresso americano da venda de caças F-16 ao seu país.

Ancara também exigiu que o Canadá autorizasse a venda para a Turquia de um componente óptico utilizado na fabricação de drones de combate.

- Hungria, a última barreira -

O governo americano não é hostil à venda de caças F-16 a Ancara, mas até agora o Congresso a bloqueou devido às tensões recorrentes entre a Turquia e Grécia. Ambos são membros da Otan.

Erdogan falou em dezembro com seu contraparte americano, Joe Biden, que lhe garantiu que a Turquia podia conseguir a aprovação do Congresso se ratificasse a adesão sueca.

A entrada de um novo país na Aliança Atlântica deve ser ratificada pelo conjunto de seus membros antes de ser efetivada.

O último que falta é a Hungria, único país da Otan a manter vínculos estreitos com Moscou apesar da invasão da Ucrânia.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, convidou seu contraparte sueco a Budapeste para tentar superar os últimos obstáculos que impedem um voto favorável do Parlamento local.

Budapeste, que deu seu apoio de princípio à entrada da Suécia, leva meses analisando o caso. As autoridades pedem a Estocolmo que cesse sua política de depreciação do governo húngaro, acusado de flertar com o autoritarismo.

O ministro sueco das Relações Exteriores, Tobias Billstrom, afirmou, no entanto, que seu país não tinha "nenhuma razão" para negociar com a Hungria.

P.Colombo--PV