Pallade Veneta - Irã descarta suspensão do enriquecimento de urânio como deseja EUA

Irã descarta suspensão do enriquecimento de urânio como deseja EUA


Irã descarta suspensão do enriquecimento de urânio como deseja EUA
Irã descarta suspensão do enriquecimento de urânio como deseja EUA / foto: Andreas Solaro - AFP/Arquivos

O Irã descartou nesta segunda-feira (26) a possibilidade de suspender o enriquecimento de urânio como parte de qualquer eventual acordo nuclear com os Estados Unidos, país com o qual mantém negociações que o presidente Donald Trump considerou "muito boas".

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As potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, e Israel, considerado pelos especialistas a única potência nuclear do Oriente Médio, suspeitam que o Irã deseje produzir armamento nuclear.

Teerã rejeita as acusações e defende seu direito à energia nuclear com fins civis.

Irã e Estados Unidos negociam desde 12 de abril, de forma indireta e com a mediação de Omã, um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano.

As negociações representam o nível de contato de maior escalão entre as partes desde que Washington abandonou unilateralmente, em 2018, o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano que havia sido assinado três anos antes.

O emissário americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que representa seu país nas negociações, disse que os Estados Unidos "não podem autorizar nem 1% de capacidade de enriquecimento" do Irã.

Teerã considera a proibição de enriquecer urânio como uma "linha vermelha" nas negociações.

Os dois países, que participaram na sexta-feira em Roma da quinta rodada de conversações sobre o programa nuclear iraniano com a mediação de Omã, terminaram o encontro sem avanços consideráveis, mas estão dispostos a programar novas negociações.

Ainda não foi definida uma data, informou nesta segunda-feira a diplomacia iraniana, que descartou a suspensão do enriquecimento de urânio para alcançar um acordo com Washington.

"Esta informação é produto da imaginação e é totalmente falsa", declarou o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, ao ser questionado durante uma entrevista coletiva sobre a possibilidade.

- "Avanços importantes" -

Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo de 2015, mas abaixo dos 90% necessários para produzir armas nucleares.

O acordo, que ficou praticamente obsoleto com a saída dos Estados Unidos, pretendia impedir que o Irã desenvolvesse seu programa nuclear em troca da suspensão das sanções internacionais.

O presidente americano, Donald Trump, que pressiona Teerã a alcançar um acordo, ameaça bombardear o Irã em caso de fracasso da diplomacia.

As negociações com o Irã foram "muito, muito boas", declarou Trump à imprensa no domingo em Nova Jersey, antes de embarcar no Air Force One para retornar a Washington.

"E não sei se vou anunciar algo bom ou ruim nos próximos dias, mas tenho o pressentimento de que será algo bom. Tivemos alguns avanços reais, avanços importantes", acrescentou.

O porta-voz da diplomacia iraniana anunciou nesta segunda-feira que um funcionário da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a autoridade nuclear da ONU, visitará o país nos próximos dias.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, viajará nesta semana a Omã, que atua como mediador entre Irã e Estados Unidos.

"É natural que as negociações entre Irã e Estados Unidos sejam discutidas durante a visita", destacou o porta-voz, Esmail Baghai.

L.Bufalini--PV