Pallade Veneta - Trump menciona pena de morte para democratas com 'comportamento sedicioso'

Trump menciona pena de morte para democratas com 'comportamento sedicioso'


Trump menciona pena de morte para democratas com 'comportamento sedicioso'
Trump menciona pena de morte para democratas com 'comportamento sedicioso' / foto: Brendan Smialowski - AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cogitou nesta quinta-feira (20) a possibilidade de pena de morte para seis legisladores democratas que incentivaram militares a desobedecer a "ordens ilegais" do governo.

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Trump fez essa ameaça depois que um grupo de senadores e representantes democratas, todos com experiência militar ou nos serviços de inteligência, disseram em um vídeo publicado na terça-feira que os militares "podem se recusar a acatar ordens ilegais".

"Isso é realmente ruim e perigoso para o nosso país. Suas palavras não podem ser permitidas. COMPORTAMENTO SEDICIOSO DE TRAIDORES!!! PRENDÊ-LOS???", exclamou Trump em sua rede Truth Social.

Em uma publicação posterior acrescentou: "COMPORTAMENTO SEDICIOSO, punível com a MORTE!".

Trump também republicou uma mensagem de um usuário que o instava a "enforcá-los" e lhe dizia que o primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, teria feito o mesmo.

O Partido Democrata não tardou a responder.

"Trump acaba de pedir a pena de morte contra legisladores democratas. Um ultraje absoluto", escreveu o partido em seu perfil na rede social X, junto com a mensagem do mandatário.

No vídeo publicado no X na terça-feira, os legisladores democratas disseram que "esta administração está colocando nossos militares e profissionais de inteligência uniformizados contra os cidadãos americanos".

"Neste momento, as ameaças à nossa Constituição não vêm apenas do exterior, mas também daqui mesmo, de casa", declararam. E acrescentaram: "Vocês podem se recusar a acatar ordens ilegais."

- Atiçar a violência -

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta quinta-feira que o presidente não deseja ver integrantes do Congresso sendo executados.

Mas questionou os legisladores democratas: "Por que não estão falando sobre o que esses membros do Congresso estão fazendo para encorajar e incitar a violência?"

Entre os legisladores que fizeram o apelo está o senador Mark Kelly, ex-piloto de combate da Marinha e astronauta da Nasa, e a senadora Elissa Slotkin, que serviu à CIA no Iraque.

Os legisladores que aparecem no vídeo prometeram que não vão se deixar intimidar pelas ameaças de Trump, afirmando que eram "veteranos e profissionais da segurança nacional que amam este país" e que juraram defender a Constituição.

"Esse juramento dura toda a vida, e temos a intenção de cumpri-lo. Nenhuma ameaça, intimidação ou apelo à violência vai nos dissuadir dessa sagrada obrigação", afirmaram.

A administração Trump tem sido alvo de críticas pelo uso das forças americanas tanto dentro quanto fora do país.

No âmbito doméstico, o governo republicano ordenou o destacamento da Guarda Nacional em várias cidades, em muitos casos contra a vontade das autoridades locais, sob a alegação de controlar supostos distúrbios. Essas ordens foram questionadas na Justiça.

Fora do país, Trump ordenou ataques contra embarcações supostamente operadas por narcotraficantes no Mar do Caribe e no Pacífico, que deixaram 83 mortos desde o início de setembro. Especialistas afirmam que os ataques são ilegais e constituem execuções extrajudiciais, mesmo tendo como alvos narcotraficantes reconhecidos.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, acusou Trump de atiçar as chamas da violência.

"Quando Donald Trump usa a linguagem de execução e traição, alguns de seus simpatizantes podem ouvir muito bem. Está acendendo um fósforo em um país mergulhado em gasolina política", afirmou Schumer no Senado.

Mas o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, disse a jornalistas que o apelo dos legisladores democratas era "totalmente inapropriado e muito perigoso".

F.Amato--PV