Ataques americanos no Pacífico contra três embarcações deixam oito mortos
O Exército dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira (15) que atacou três embarcações supostamente carregadas com drogas no Pacífico Oriental, uma ação que deixou oito mortos, no âmbito de uma campanha que provoca questionamentos sobre sua legalidade.
A escalada sem precedentes, que deixou pelo menos 95 mortos desde o início de setembro, implica uma grande mobilização militar americana no Caribe, que inclui o maior porta-aviões do mundo e navios de guerra.
"A inteligência confirmou que as embarcações transitavam por rotas conhecidas do narcotráfico no Pacífico Oriental e estavam envolvidas em atividades de narcotráfico", afirmou o Comando Sul dos Estados Unidos em uma publicação na rede social X.
O Exército acrescentou que "um total de oito homens narcoterroristas morreram durante as ações: três na primeira embarcação, dois na segunda e três na terceira".
A publicação do Comando Sul inclui imagens de vídeo de três embarcações separadas antes de cada uma ser atingida pelos ataques
A campanha americana, sob o comando do chefe do Pentágono, Pete Hegseth, destruiu 26 lanchas e afeta especialmente a Venezuela.
As autoridades de Washington afirmam travar um "conflito armado" contra os cartéis de drogas, mas não apresentaram evidências concretas do envolvimento das embarcações atacadas, o que levou a ONU, especialistas e ONGs a questionarem as operações.
- Reunião no Congresso -
O tema provoca debates acalorados em Washington, em particular após uma operação executada no início de setembro em que o Exército efetuou dois ataques contra a mesma embarcação - o segundo matou os dois sobreviventes do barco em chamas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insiste que o objetivo é combater o narcotráfico, enquanto seu homólogo da Venezuela, Nicolás Maduro, afirma que a campanha é um pretexto para tentar derrubar o governo em Caracas.
O Senado americano tem uma sessão programada para esta terça-feira com Hegseth e com o secretário de Estado, Marco Rubio, informou o líder democrata na Câmara Alta, Chuck Schumer. Segundo ele, os senadores pretendem debater "as ações irresponsáveis e ilegais do governo no Caribe".
O governo americano "parece temer fornecer até as respostas mais elementares", acrescentou Schumer em uma publicação no X.
O canal CNN informou, citando fontes anônimas, que Hegseth e Rubio também deverão responder a consultas da Câmara dos Representantes na terça-feira, em uma reunião a portas fechadas.
O governo americano afirma que dispõe de informações sigilosas do Departamento de Justiça para justificar os ataques sem supervisão judicial, segundo a CNN.
S.Urciuoli--PV