Pallade Veneta - Noboa propõe consulta popular para combater crime organizado no Equador

Noboa propõe consulta popular para combater crime organizado no Equador


Noboa propõe consulta popular para combater crime organizado no Equador
Noboa propõe consulta popular para combater crime organizado no Equador / foto: Rodrigo BUENDIA - AFP/Arquivos

O presidente do Equador, Daniel Noboa, apresentou, nesta quarta-feira (3), as linhas centrais de uma consulta popular com a qual pretende aumentar as penas pra o crime organizado e dar mais funções às Forças Armadas em um país castigado pela violência do narcotráfico.

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"Cumprimos com a promessa de campanha de convocar uma consulta popular e construir o novo Equador, um país onde se combata a violência, a impunidade e se gere emprego", expressou em uma rede de rádio e televisão Noboa, que assumiu o cargo em novembro.

As 11 perguntas da consulta popular foram enviadas ontem à Corte Constitucional, que deve aprová-las.

A maioria da consulta gira em torno do combate ao crime organizado e às facções criminosas, que disputam ferozmente rotas para o tráfico de drogas.

Entre 2018 e 2022, os assassinatos quadruplicaram no país. O ano de 2023 foi o mais violento, com cerca de 7.500 assassinatos e uma taxa de mais de 40 homicídios por 100.000 habitantes.

"Estamos cansados de que haja maior proteção para os criminosos (...) Por isso essa consulta exige o apoio do sistema de Justiça para que os condenados por crime organizado tenham penas mais altas e que as cumpram", acrescentou Noboa.

O mandatário, que estará à frente do país até 2025, propõe que as Forças Armadas combatam o crime organizado e realizem controles permanentes de armas e explosivos nas rodovias.

Além disso, sugere aumentar as penas para os crimes como terrorismo, narcotráfico, crime organizado, assassinato, sequestro, entre outros, e eliminar os benefícios penitenciários para os condenados por esses crimes.

Também busca que as armas apreendidas sejam destinadas ao uso da polícia e que os militares não sejam presos enquanto são julgados por ações realizadas no exercício de suas funções.

Quanto ao sistema de Justiça, Noboa pretende avaliar os servidores do Judiciário.

O mandatário também propõe reformar os processos de não admissão, deportação e expulsão de estrangeiros, e permitir novamente o funcionamento de cassinos como forma de gerar empregos, ainda que essa medida seja criticada pelos possíveis riscos de facilitar a lavagem de dinheiro.

Os cassinos foram proibidos no Equador em 2011 após uma consulta popular realizada pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) em 2011.

O ex-mandatário Guillermo Lasso (2021-2023) também convocou um referendo que incluía a extradição de equatorianos ligados ao crime organizado, mas sua iniciativa fracassou com a vitória do 'Não' em todas as perguntas.

A.Fallone--PV